Futeboladas e coisas aladas no girabola - que se lê girá-bola. Serve este para postar umas coisas sobre o futebol doméstico (não domesticado), internacional e selecção(ões), a menina dos meus olhos. Sem polémicas à parte, com livre arbítrio - e árbitro - e com todo o bom-senso que julgo ter, vamos lá partir as canecas todas! Dizer o que tem de ser dito. Até doer. Até já. (Onde é que já ouvi isto?)

Friday, August 11, 2006

La Haine, esse belo filme

Não me recorda de quem é o autor, mas trata de ódio nos arredores de Paris. Mathiew Kassowitz? Bem, adiante.

Creio que se este blog, e em particular o anterior post do Jacobous Adriaanse, fossem divulgados, ou pelo menos lidos, despertariam um odiosinho nojentinho com o qual teria de arcar. Mas sei o que fiz; reconheço defeitos e virtudes onde as vejo, e também concerteza que já me viram (ou me lerão) a realçar feitos e honras ao Porto (não gosto da expressão FC Porto - não é defeito, é feitio; os outros também têm várias siglas, nomes, nomenclaturas, e não ficam com este ar pomposo e arrogantesinho).

Mas prosseguindo, sei o que fiz. Os amigos saberão destrinçar a opinião da estupidez, que concerteza que também terei alguma. Acontece que não gosto de pessoas tipo: eu sou assim, pronto, estes são os meus defeitos, pronto, que queres?, eu sou assim. Os portistas têm coisas que não lembram o diabo, e falo deles por ser o caso mais flagrante de estupidez - volto a frisar: os adeptos ferrenhos!!, atenção - e por me ser próximo, ou alguém duvida que vermelhos, verdes e panteras também têm coisas de bradar aos céus?

Só não consigo tolerar a altivez, a arrogância, aí sim, e o principal pecado: a fazer lembrar o Benfica de antigamente. Engraçado, não é? Desculpem se vos ofendi, estou apenas a falar livremente e a ser sincero. Abraço.

Palancas Negras

Gosto por demais daquele CD dos Palancas Negras, com músicas ángolánas, para celebrar a ida de Angola ao campeonato do mundo.

Meu deus, como é bonita a ingenuidade! Quanta (bela) inocência. Gostava de o ter, a sério que sim. Ainda me lembro, qual Vitorino Nemésio, da festa em Angola aquando do golo contra o Irão. Lindo.

Jacobous Adriaanse, o bicho papão

É assim que se chama o senhor, não é?

Pois é, bateu com a porta.
Engraçado, aqui há atrasaaaado os adeptos azuis, para não variar, andavam todos inchados, e agora fazemos e acontecemos, e falaram mal do homem e vejam agora a obra dele, enfim...
Coisas engraçadas do universo azul. Aliás, ser adepto azul - e isto doa a quem doer - é um fenómeno daqueles difíceis de explicar, isto referindo-me, claro está, aos doentes inveterados, aos apaixonados, aos ceguinhos, que mais não é do que a grossa maioria, convenhamos. Isto porquê? Um bom exemplo: jogo treino do Porto na Holanda, daqueles de 45-0 (fantástico Adriaanse), e de repente daquelas dúzias de pessoas começa-se a ouvir o cântico de guerra: "SLB, SLB, SLB SLB SLB, filhos da puta...".

Doença? Rancor? Ressabiamento? Não, ser adepto (ferrenho?, ou só adepto?) do Porto, convenhamos. Dos que quiseram partir o carro todo do Adriaanse, coitado do homem, um treinador de top desde Maio.

Mas tem piada: quando o Porto andou pelos Del Neris, Fernandez e Couceiros, andava tudo pró caladote, ou então com as melhores tiradas: "Temos de descansar!", "Não podemos ganhar sempre!", "É para os outros poderem ganhar qualquer coisa, coitados, esses vermelhos (filhos da puta, SLB!)".
Depois, e uma vez mais para não variar, veio a fartura:
Um ano fantástico,
Uma equipa fantástica,
Só eu sei
Porque não fico calado!...

Obikwelu! Obikwelu!

Agora faz ainda mais sentido aquele anúncio em que se chama:
Obikwelu! Obikwelu!

Fantástico, portentoso, imparável. Sobram adjectivos para qualificar este homem, um atleta potentíssimo. Devo confessar ainda que de alguma forma me toca e emociona a forma como ele vibra com Portugal, com o seu equipamento, as suas sapatilhas, a bandeira desfraldada à chuva - principalmente conhecendo a história dele. Querem conhecê-la? Hoje não, que não estou para histórias. Dói-me o pulso, estou cheio de sono, Freud já morreu e eu não me estou a sentir lá muito bem.

Obikwelu! Obikwelu